11.3.09

JOELMA 1974

Incêndio Edifício Joelma

.

Data: sexta-feira, dia 1º de fevereiro de 1974

Hora de início: aproximadamente 08:50 horas

Vítimas: 179 mortes e 300 feridos

Número de ocupantes: estavam no local, por volta de 756 pessoas

Origem: aparelho de ar condicionado no 12º andar; exames posteriores

 demonstraram que havia uma ligação de outro pavimento

, sem controle daquele em que estava

Número de andares: vinte e cinco

Ocupação: subsolo e térreo destinados à guarda de registros de 

documentos dos escritórios; do 1º andar ao 10º para estacionamento

 aberto e do 11º ao 25º, ocupados por escritórios.

Tipo de construção: estrutura de concreto armado com vedações 

externas de tijolos ocos cobertos por reboco e revestidos por ladrilhos

 cerâmicos na parte externa. As aberturas para janelas eram de vidro 

plano em esquadrias de alumínio. O telhado era de telhas de cimento

 amianto sobre estrutura de madeira. Nos escritórios, a compartimentação

 interna era feita por divisórias de madeira e o forro era constituído

 por placas de fibra combustível fixadas em ripas de madeira e a 

laje-piso era forrada por carpete.

Desenrolar dos fatos: às 08:50 horas um funcionário ouviu um 

ruído de vidro rompendo, proveniente de um dos escritórios do 

12º andar. Foi até lá para verificar e constatou que um aparelho 

de ar condicionado estava queimando. Foi correndo até o quadro 

de luz daquele piso para desligar a energia; mas ao voltar

 encontrou fogo seguindo pela fiação exposta ao longo da parede. 

As cortinas se incendiaram e o incêndio começou a se propagar pelas placas combustíveis do forro. Correu para apanhar o extintor portátil, mas ao chegar não conseguiu mais adentrar à sala,

 devido à intensa fumaça. Subiu as escadas até o 13º andar,

 alertou os ocupantes e ao tentar voltar ao 12º pavimento, 

encontrou densa fumaça e muito calor. A partir daí o incêndio, 

sem controle algum, tomou todo o prédio. 

Foram feitas várias corridas de elevadores até que a atmosfera permitisse, salvando muitas pessoas; porém uma ascensorista na tentativa de salvar mais vidas, após as condições f

icarem muito ruins, morreu no 20º andar.

       

Operações de Salvamento e Combate: O Corpo de Bombeiros 

recebeu o primeiro chamado às 09:03 horas. Dois quartéis 

mais próximos enviaram viaturas às 09:05 horas que devido

 às condições de tráfego, chegaram às 09:10 horas. 

O incêndio se propagava rapidamente pela fachada para

 os andares superiores. As pessoas do prédio haviam corrido

 para as laterais de banheiros e para a parte mais alta do 

edifício. Devido a grande dimensão do incêndio, em pouco

 tempo estavam no local 12 auto-bombas, 3 auto-escadas, 

2 plataformas elevatórias e uma quantidade muito grande 

de veículos de salvamento que iniciaram um grande

 trabalho de retirada das vítimas e combate ao fogo.

Término: ocorreu a extinção por volta de 10:30 horas

Final do resgate: às 13:30 horas, todos os sobreviventes 

já haviam sido resgatados.

Danos ao prédio: todo material combustível do 12º ao 25º

 foi consumido pelo fogo. O 11º andar não foi danificado. 

Foram pequenos os danos aos pilares e vigas; 

o esfoliamento mais severo de laje de piso foi no 11º andar. 

Engenheiros estruturais declararam não ter 

havido dano estrutural. Nenhum dano ocorreu às

 máquinas do topo do fosso de elevadores.

Observações quanto ao salvamento: Muitas pessoas foram

 retiradas daquelas áreas de banheiros com auxílio das 

escadas mecânicas. As atitudes das vítimas foram variadas,

 muitos subiram ao telhado, outras ficaram nos andares

 se molhando com água das mangueiras, infelizmente 

40 morreram ao pularem do alto do edifício para 

escapar do calor. No telhado grande parte se salvou ao 

abrigar-se sob as telhas de cimento amianto, os que não 

fizeram isso morreram sob os efeitos do intenso calor e

 fumaça. Apesar de não recomendado, a maioria dos 

422 que se salvaram, escaparam pelos elevadores que 

conseguiram fazer descidas expressas pela habilidade dos

 ascensoristas e graças à demora do sistema elétrico dos 

elevadores ser afetado pelas chamas.

Observações quanto ao sistema contra incêndios existente: 

havia somente uma escada comum (não de segurança, que 

tem paredes resistentes ao fogo e ventilação para evitar

 gases tóxicos). Não havia sistema de alarme manual ou

 automático de forma que fosse rapidamente detectado, 

dado o alarme e desencadeadas as providências de abandono

 da população, acionamento de brigada interna, acionamento

 do Corpo de Bombeiros e outras mais. Não havia qualquer

 sinalização para abandono e controle de pânico. Apesar da

 estrutura do prédio ser incombustível, todo o material de

 compartimentação e acabamento não era e não havia qualquer 

controle de carga-incêndio, por isso rapidamente o incêndio se

 propagou e fugiu do controle.

 

Minutos iniciais

           

 

 

Propagação horizontal e vertical

             

 

 

Note as pessoas sendo retiradas pelas áreas de banheiros (áreas frias)

           

   

 

O combate externo tem altura de alcance limitado

            

    

 

A faixa vertical de banheiros possibilitou muitos salvamentos

                                    

                

 

                                

O incêndio tomou toda a área de escritórios

 

O socorro aéreo é difícil devido ao calor e fumaça intensos

 

  

 

Ao final do sinistro, os sobreviventes no topo do edifício

   

 

Enorme painel de fumaça em toda fachada